
Antes do esquema do Orçamento Secreto, o grosso dos recursos controlados pelo Congresso Nacional eram usados por meio de Emendas Individuais. Ou seja, valores distribuídos igualmente entre os parlamentares e no qual havia transparência sobre qual deputado ou senador usou cada recurso e para qual finalidade.
Agora, depois da Lei Orçamentária de 2020, o Congresso decidiu "bombar" um outro tipo de emenda parlamentar: as Emendas de Relator Geral. Elas já existiam, mas eram usadas para ajustes de quantias baixas no orçamento. Só que nesse ano, os parlamentares decidiram alocar R$ 30 bilhões para essas emendas (crescimento de 4x), retirando assim uma quantia grande que era gerida pelos ministérios. Em troca de apoio dos parlamentares, o executivo passou o controle desse valor para o Congresso e o esquema funciona assim:


É o parlamentar definido na Comissão Mista de Orçamento para relatar a Lei Orçamentária. Ele fica como responsável
por uma verba, definida na lei, a ser distribuída pelo Congresso a estados e municípios.


De maneira informal e sem registro, pedem valores dessa verba ao relator para enviar aos seus redutos eleitorais.
A troca envolve “favores”, como apoio à reeleição (presidência da Câmara e do Senado) e votos em projetos.


Fazem demandas aos parlamentares para conseguir verbas para investimentos, como construção de escolas, compras de maquinários,
pavimentação de estradas locais e etc. Em troca podem dar capital político aos parlamentares, como, por exemplo, apoio à reeleição.
Emendas de relator podem ser distribuídas sem levar em consideração critérios técnicos e condições socioeconômicas e podem servir
para indicações para fomentar o capital político do parlamentar sem trazer melhora das condições de desenvolvimento do local.